Bruxos São Mais Comuns Do Que Você Imagina (#TBT)

Johnny, um garoto magricela de onze anos, estava sentado na calçada em frente à sua casa. Nas mãos desse garotinho havia uma típica carta de admissão em Hogwarts. Ele não poderia estar mais feliz, ir para a melhor escola de magia e bruxaria do mundo era o seu sonho, desde que se lembrava. Porém, uma coisa incomodava o jovem bruxo, era o fato de o seu melhor amigo, que era trouxa, não poder estar com ele, nessa nova fase de sua vida.
- Ei! O que é isso em suas mãos?! - Uma voz familiar interrompeu os pensamentos de Johnny, e, antes que o menino pudesse ter qualquer reação, teve a carta tomada de suas mãos. - Espera um pouco! - Falou o outro garotinho, incrédulo. - É o que eu estou pensando?!?!
- Me devolve isso Rich! - Johnny tentou puxar a carta da mão do amigo.
- Você é um bruxo também! - Rich pulava.
- Eu sou. Me devolve a carta! - Johnny puxou definitivamente a carta de Rich.
- Eu também sou! - Rich sorria.
- Você é? Como eu nunca soube que você era um bruxo? - Johnny indagou.
- Sou oras. Você é? - Rich olhou para o amigo
- Claro que sou. Minha família é toda bruxa. - Johnny respondeu.
- E VOCÊ NUNCA ME DISSE?!?! - Rich gritou.
- Ninguém lhe explicou sobre o Estatuto de Sigilo Bruxo? - Questionou John.
- Claro que sim! Mas antes de ir para Hogwarts eu ia te contar! - Rich apontou o dedo para o amigo. - Eu achei que era seu melhor amigo! Você por acaso, quando fosse pra Hogwarts, ia me dizer o quê?!
- Qual é, Rich...
- Você sempre me disse que estudava em casa! VOCÊ IA SIMPLESMENTE SUMIR?!
- Não... Não sei o que eu faria... - Johnny parecia sem graça.
- VOCÊ É UM PÉSSIMO AMIGO!
- E-eu não podia contar... Mas agora, tudo vai ser mais fácil! Quer dizer... Você pode ver como é minha casa, de verdade! - Johnny tentava se mudar de assunto.
- O-o que está dizendo?! Eu sempre fui na sua casa...
- Você sempre foi na versão trouxa da minha casa! - Johnny corrigiu o amigo.
- Trouxa?!
- Quem foi na sua casa, não lhe explicou? Trouxa significa quem não é bruxo...
- Não... A professora McGonagall só chamou os meus pais de não mágicos...
- Então você é um nascido-trouxa! Um bruxo que veio de pais não mágicos!
Enquanto Richard parecia ter se acalmado uns instantes, Johnny aproveitou para puxar o amigo em direção à sua casa, e, em vez de girar a chave na maçaneta uma vez para abrí-la, o pequeno garoto girou a mesma duas vezes em sentido anti-horário e três no sentido horário.
Assim que a porta se abriu, Johnny puxou o amigo para dentro, que parecia petrificado, ao ver a verdadeira casa de John Greengrass. Rich se deparou com uma vassoura que varria sozinha, uma coruja na soleira da chaminé que estava se limpando e um rodo que passava voando pelo teto.
- Bom, essa é a minha casa. - Johnny apontou. - Espero que não se incomode, hoje é dia de faxina.
- Que máximo! Você é bruxo desde sempre?
- Sim.
- E seus pais?
- Também.
- A Lisbeth...Quando ela foi estudar naquele internato de garotas...
- Sim, ela também estuda em Hogwarts, está no quarto ano. Minha irmã foi uma hatstall, quase foi para a Sonserina.
- O quê?! A professora McGonagall me explicou um pouco sobre as casas... mas não sobre isso.
- Um hatstall é uma pessoa que o chapéu seletor leva mais de cinco minutos para designar a sua Casa.
Antes que Rich pudesse absorver todo o turbilhão de informações, chamas verdes saíram da lareira dos Greengrass e de lá o pai de Johnny saiu. Richard ficou com os olhos esbugalhados, encostado na parede.
- Ah! - Disse Charles, limpando a fuligem de suas vestes com a varinha. - Recebi uma carta de Hogwarts, no horário do almoço, confirmando que seus pais lhe autorizaram a ir para a escola, não é mesmo Timms?! Sabe, é emocionante ter um bruxo sob meus cuidados...
-S-sim... - Foi tudo o que Richard conseguiu dizer, enquanto ainda estava encostado na parede recuperando o fôlego.
- É muita informação, não é mesmo?! - Disse Charles, tirando seu sobretudo. - Quando vim cuidar dessa parte trouxa da cidade, foi muito estranho para mim e para minha esposa, nos acostumarmos com os costumes de vocês... Viver sem magia sabe? - Charles parecia não notar o espanto de Rich. - Deve ser o mesmo para vocês, nascidos-trouxas.
- A-aham... - Disse Rich, ainda boquiaberto. - O senhor cuida daqui?! - Perguntou Rich, quando conseguiu recuperar o fôlego.
- Ele ainda está se acostumando a tudo pai. - Começou Johnny, ao ver a cara de espanto de Charles. - Ele não sabe sobre os bruxos que protegem os bairros trouxas de possíveis ameaças mágicas, e, muito menos sobre os Inomináveis...
- Ah, sim sim...- Disse Charlie, batendo em sua própria cabeça. - Mas sobre os Inomináveis, é uma profissão que ninguém sabe ao certo o que se faz, a não ser quem trabalha nela, como sua mãe. - Notando pela primeira vez, o aspecto assustado de Rich, Charles continuou.- Vamos levá-lo até a cozinha, ele precisa de uma xícara de chá.
Johnny guiou o amigo um tanto confuso por sua casa. Ao chegarem na cozinha, a mãe de John, Josephine, preparava um chá.
- Quem diria que o melhor amigo do meu filho também seria um bruxo! - Ela sorriu, ao avistar os dois meninos. - Tome Rich, beba um pouco. São muitas informações para você assimilar de uma vez só.
- Nós iremos acompanhar vocês nas compras de material Rich e vamos ensinar a você e a seus pais a trocar dinheiro bruxo. - Falou o pai de Johnny.
- Existe dinheiro bruxo? - Rich bebericava seu chá.
- Galeão, sicle e nuque. - Johnny respondeu.
- Você vai aprender e, nós vamos instruir seus pais sobre o nosso mundo. - Charles sentou à mesa com uma xícara de chá.
- Nós estamos tão felizes por ser você e sua família. Imagina se fossem aqueles Woodhouses desprezíveis! - Josephine sentou ao lado do marido.
- Bem, não posso negar que adoraria azarar aquela garotinha pretensiosa...- Disse Lisbeth, chegando na cozinha pela porta do quintal, carregando uma cesta com ervas estranhas que Richard não conseguia identificar.
- Foi por isso que o chapéu seletor ficou sem saber se colocava você na Grifinória ou Sonserina. - Respondeu Johnny, provocando a irmã.
- Bem irmãozinho...- Começou Lisbeth, enquanto colocava a cesta na bancada. - Eu só a azararia porque ela é uma imbecil com você. - Lisbeth bagunçou os cabelos do irmão.
- Vamos... Parem vocês dois! No mundo trouxa ou bruxo é falta de educação o que vocês estão fazendo! - Ralhou Josephine.
- Mas mamãe... O Rich precisa saber que a única Casa boa é a Grifinória! - Respondeu Johnny.
- Não diga isso rapazinho! Apesar de ser a mais pura verdade...- Falou Charlie, tomando um gole de seu chá, com um sorriso maroto no rosto.
-Vocês dois, parando agora! - Josephine olhou feio para os dois.
- Mamãe fica assim porque ela era da Lufa-lufa. - Johnny cochichou para Rich.
- Ela era de onde? - Rich parecia mais confuso que antes.
- Em Hogwarts existem quatro casas, que são como famílias e somos designados a elas de acordo com a nossa personalidade e características. - Lisbeth explicou.
- E a melhor é a Grifinória! - Johnyn completou.
- Já chega! - Josephine exclamou.
- Bem, só não indo para a Sonserina, já está ótimo! - Disse Charles, rindo.
- Você está assustando o menino! - Falou Josephine, batendo levemente no braço do marido.
- Eu quase fui para a Sonserina, qual o problema? - Indagou Lisbeth, contrariada.
- Bem querida, continuaríamos te amando...- Respondeu Charlie, rindo.- Não iríamos lhe deserdar, nem nada... você poderia continuar morando aqui.
Josephine girou os olhos e suspirou profundamente:
- Todas as Casas são maravilhosas. - Josie olhava para Rich. - A Casa não faz o bruxo querido... Não é porque muitos Comensais foram da Sonserina, que você sendo de uma outra Casa, não poderá se tornar um bruxo das trevas...
- Bruxo das Trevas?! - Perguntou Rich, assustado.
- Bruxos maus. - Josephine explicou. - Existem pessoas más em todos os lugares.
- E no mundo bruxo, todas foram da Sonserina. - Johnny completou a mãe.
- Bobagem. Enfim Rich, você se sairá bem seja qual casa você cair.
Richard engoliu seco, enquanto Lisbeth girava os olhos e dizia:
- Só relaxe, tá legal?! Só aproveita o fato de não ser um trouxa qualquer...
- O-obrigado, eu acho...- Respondeu Richard, logo antes de tomar um longo gole de chá.
- Só relaxe filho... E ignore minha filha... Você terá sete anos maravilhosos em Hogwarts. - Charles sorriu para o garoto, fazendo com que Rich ficasse mais tranquilo, e, voltasse a ficar feliz por ser um bruxo.




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