Algumas Vezes, Leões Andam Com Cobras - Parte 01

          Havia se passado um tempo, desde que Nádia havia entrado no grupo de amigos composto por Sophie, Richard e John. Contudo, ainda não era algo totalmente confortável. Era nisso que Johnny pensava, ao invés de concluir seu dever de casa de feitiços.
          - A pena, mesmo enfeitiçada, não faz o seu dever sozinha. - Zombou o melhor amigo de Johnny.
          - Não estou conseguindo me concentrar. - Johnny respondeu.
          - Ora, isso não é novidade nenhuma. - Rich riu.
          Johnny voltou a encarar o pergaminho a sua frente.
          - Anda. Pára de fingir e desembucha. - Falou Richard, afastando o pergaminho e olhando para o amigo.
          - Desembuchar o quê?
          - O que está tirando sua concentração.
          - Não é nada.
          - É sim. - Richard encarou o amigo. - Você acha que me engana Johnny?
          O garoto bufou e olhou para o amigo.
          - Não é o quê; é quem. - Ele disse.
          - Cara, você ainda tá apaixonado assim por ela? Achei que tinha passado a ser só uma quedinha... Do tipo, se der deu, se não der não deu.
          - E você? Vai superar a Soph quando? - Johnny respondeu.
          - Touché. - Rich coçou a cabeça. - Olha, eu só não entendo a sua fascinação por ela... Você nunca chegou a conhecê -la de verdade, nem mesmo agora, que a Sophie a está obrigando a se integrar no grupo. - O rapaz suspirou. - Além disso, acha que eu gosto dessa situação? Estar apaixonado por uma garota que é comprometida com um? babaca e só me vê como amigo.
          - Eu só gosto dela Rich. Eu olho para ela e gosto. - Johnny suspirou. - Você teve sua chance com a ruiva várias vezes.
          - E os seus suspiros sonserinos ajudaram a eu nunca mais ter chance alguma.
          - Cara, você acha mesmo, que se a Sophie não quisesse, que ela voltaria pra o namorado? - Questionou John. - Você sabe, que se a ruiva voltou pra ele, mesmo depois de tudo que aconteceu... Quer dizer... Não foram cinco palavras que a Nádia disse, que fizeram a Soph mudar de ideia... Talvez, no máximo, adiantou as coisas.
          - Eu sei, tá legal?! É só que tentar não interferir nessa parte da vida dela, sentindo o que eu sinto e achando que ela está com o cara errado, não é nem um pouco fácil ser racional.
          - Eu sei...
          Richard percebeu que o amigo havia ficado deprimido, com toda aquela conversa.
          - Olha... Eu acho que você devia saber de uma coisa.
          - O quê? - O grifinório levantou a cabeça para encarar o amigo.
          - Eu só vou dizer isso uma única vez. Não vou admitir meu erro em voz alta, mais de uma vez.
          - O quê?! - Johnny estava cada vez mais ansioso.
          - A sonserina, talvez não seja tanto assim, o estereótipo da Casa. - John estava boquiaberto, mas antes que o loiro falasse alguma coisa, Richard continuou. - Mas isso só se aplica, TALVEZ, a ela... Todo o resto continua sendo desprezível.
          - Eu não estou acreditando no que estou ouvindo! - Johnny disse. - Rich, você está se sentindo bem?
          - É que eu vi um lado dela bem não sonserino.
          - Que lado? Eu nem sabia que você falava com ela.
          - Não falo. É que aconteceu uma coisa...
(...)
          - A-a-a Nádia ficou sozinha, sem varinha trancada com um bicho papão?! - Johnny estava horrorizado. - Quanto tempo ela ficou lá?!?!
          - PORQUE A NÁDIA FICOU SOZINHA, SEM VARINHA TRANCADA COM UM BICHO PAPÃO, RICHARD TIMMS?!?! - Sophie, estava aos pés das escadas que davam para os alojamentos feminino e masculino dos alunos da Grifinória. - O QUE VOCÊ FEZ?!
          - Eu não fiz nada Sophie! Foram os alunos da Sonserina! - Rich defendeu-se. - Não sei quanto tempo ela ficou.
          - E o que houve com ela depois? - Johnny ingadou. - Sophie, você estava ouvindo por trás da parede?
          - Eu ajudei ela oras. - Rich respondeu.
          - Ajudou como?! - Sophie perguntava, vermelha como seu cabelo.
          - A tirei de lá oras! - Rich se levantou, furioso. - EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ACHA MESMO QUE EU FIZ ISSO! TRANCAR UMA PESSOA COM UM BICHO PAPÃO! - Ele berrou em direção à ruiva.
          - Se acalmem, vocês dois. - Disse John, se colocando entre os dois amigos. - Soph, você não devia sair ouvindo e tirando conclusões.
          - Obrigado! - Falou Richard.
          - E você, não se faça de diabrete desorientado. Eu e a Sophie vimos que você pode fazer, na aula de Defesa Contra às Artes das Trevas.
          Em resposta, a ruiva fez colocou sua cabeça de lado, dando um sorriso irônico
          - Tá bom. Eu perdi a linha na aula mas foi só na aula. - Rich disse.
          - Por que você viu que ela acabou com você... - Sophie ainda ria.
          - E ela deve ter sido boazinha. - John completou.
          - Não vamos relembrar a aula. - Rich corou de raiva. - Mas ela estava bem assustada.
          - Quem foi que fez aquilo com ela? - Questionou Johnny.
          - Ela não me disse... - Richard deu de ombros.
          - E você não procurou se informar?! - Perguntou Sophie, colocando as mãos no quadril.
          - E fazer o que Sophie? Ela não quis me dizer. Além disso, o Snape nunca iria acreditar em mim... Na verdade, ele iria arranjar uma maneira de tirar pontos da nossa Casa!
          - Você está certo... - Disse Soph.
          - Eu sei! - Retrucou Rich.
          - Se for agir pela via burocrática. - Completou a garota.
          - No que você está pensando, exatamente? - Johnny perguntou, curioso.
          - Vias alternativas. - Respondeu a ruiva, com um sorriso maroto no rosto.
(...)
          - Como é que você conseguiu convencer a gente a fazer isso? - Sussurrava Johnny.
          - Se estiver perdendo a coragem, também não atrapalha! - Ralhou a garota.
          - É sério mesmo que vamos arriscar nossos pescoços por alguém da Sonserina?! - Questionou Richard, ainda um tanto incrédulo.
          A ruiva parou de andar, virando-se para os dois rapazes.
          - Estamos quebrando umas quinhentas regras só o fato de estarmos aqui. Então se quiserem desistir, a hora é agora. Mas eu vou continuar com o plano. Se nós três fizermos isso, é porque a queremos definitivamente no grupo. Então, o que me dizem?
          - Já estamos aqui... - Rich bufou.
          - Só não podemos ser pegos. - Johnny disse.
          - Nós NÃO vamos ser pegos. - Sophie dizia.
          - Acho bom mesmo ou minha mãe vai me matar! - Johnny suspirava.
          - Eu estou mais preocupado com o que o Snape vai fazer se vir a gente aqui. - Richard disse, desanimado.
          - NÃO vamos ser pegos. - Disse a ruiva, antes de os três jovens chegarem as masmorras. - Bem, todo mundo se lembra do plano. Agora, posicionem-se!
          Os três jovens se esconderam nas colunas em frente à entrada do Salão Comunal da Sonserina, aguardando o momento certo para iniciarem o plano.
          Enquanto os três grifinórios esperavam, os pensamentos de uma certa ruiva estavam longe dali. A algumas poucas horas, Sophie não conseguiria imaginar que estaria ali.
          Apesar de não querer admitir, Soph sabia que seu plano era arriscado e louco. Porém, depois de conseguir tanta ajuda dos elfos de Hogwarts e o apoio de Johnny e Rich, ela simplesmente não podia deixar a oportunidade passar.
          Naquele momento, enquanto esperava no escuro, tudo o que Sophie conseguia fazer, era se lembrar em como havia parado acabado ali, logo depois de ter descoberto o que havia ocorrido com Nádia.
Continua...

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